29 outubro, 2006

Brincando aos votos...


«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»
Já respondi a esta questão levantada em referendo... tal como eu, muitos portugueses assim o fizeram. No entanto, o governo prepara-se para fazer, novamente, a mesma pergunta, à população... E é de prever que, se voltar a ser chumbada (o que sinceramente eu duvido), dentro de 6 ou 7 anos voltar-se-á a fazê-la até se obter o resultado que uma demonstrada minoria deseja... Eu desisto já! Não ando aqui a brincar aos votos... Não vou andar a dar o meu parecer de meia-dúzia em meia-dúzia de anos quando o objectivo está claramente definido e acredito, agora, que o meu voto não fará diferença!
Neste momento, o que mais me incomoda nesta questão é o facto de a mulher ter hegemonia sobre a decisão da interrupção voluntária da gravidez (IVG)... Este facto levanta várias questões, mas a que eu gostava de destacar era a da igualdade de direitos da paternidade. Já não vivemos (nós humanos) numa simples concorrência sexual para a sobrevivência por meio da Selecção Natural e Selecção Sexual... Já não precisamos unicamente de mecanismos biológicos explicados por, por exemplo, competição de esperma, uma vez que a nossa melhor estratégia está na nossa mente. Quero chegar unicamente ao ponto em que a igualdade de direitos de paternidade deve ser coerente com a obrigação da assunção da mesma. Isto é: se um homem é obrigado a assumir uma paternidade que ele não deseja porque a mulher decidiu não interromper a gravidez, então, no mesmo critério igualitário, a mulher deveria ser obrigada a assumir a criança se o homem decidir tê-la. Neste sentido, e na situação da provável despenalização, o pai da criança deverá ter de ser consultado antes da IVG por parte da mulher, podendo ela vir a ser penalizada em caso contrário... Na minha opinião, depois de fecundado, o filho não é só dela!
Penso que o país já está preparado para aceitar que as suas mulheres procedam à IVG nos termos propostos, no entanto há várias questões que fundamentam os mais cépticos.
Eu não votarei outra vez e verei inerte a aprovação de tamanho atentado à desigualdade do direito à paternidade...
Deixo-vos em reflexão!...

13 setembro, 2006

As "Novas" Palhaçadas do Costume...


Como posso eu evitar falar de futebol (ainda que o que vou dizer não tenha a ver com o jogo em si directamente mas, antes, com os enredos que à volta dele se criam...), quando vejo algumas coisas que me parecem paradoxais e passam no 'grande palco' mesmo à frente dos meus olhos?!
O que quero aqui expor é tão só uma opinião pessoal daquilo que, de certa forma, tem mexido com o background do futebol português - o caso "Mateus".
Muito resumidamente, Mateus Galeano da Costa é um jogador angolano que foi inscrito na Liga de Clubes pelo Gil Vicente, proveniente do Lixa. No entanto o contrato deste jogador com o Lixa era de contínuo. No entanto, os «Regulamentos da Federação (...) prevêem um período obrigatório de pelo menos um ano para que um jogador que se tenha reamadorizado possa regressar à categoria de profissional». A Liga considerou o acto punível com descida de divisão também pelo incremento do recurso do Gil Vicente a um tribunal civíl.
O «Sr. Prof. Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu ao Gil Vicente que continuasse com o processo judicial responsável pelo alegado ultimato da FIFA, decisão que, na sua opinião, "poderá dar-lhe uma compensação indemnizatória". Afirmou-se ainda "seguro" de que o recurso aos tribunais não tem nada de irregular. -"À luz da Constituição, da Lei de Bases, do regulamento da Liga e do regulamento da Federação, não tenho dúvidas de que não era matéria estritamente desportiva"».
Com isto tudo, a FIFA apresentou um ultimato ao futebol português de que se a FPF não resolvesse o problema até dia 14 de Setembro a permanência dos clubes portugueses na Liga dos Campeões da UEFA e da Selecção Portuguesa no Europeu poderiam ser postas em causa.
Bluff ou não (uma vez que dia 14 os clubes já teriam jogado os jogos da Champions) os órgãos de gestão do futebol português declararam «interesse público para que o tribunal não possa pronunciar-se, a pedido do Gil Vicente, antes de o Belenenses ter feito um jogo, o que criará "um acto consumado"».
O que é certo é que o Gil Vicente, com esta história toda, acabou mesmo por descer de divisão e, independentemente de tirar (ou não) uma indemnização daí, não vai jogar na 1ª Liga esta época.
Uma vez feita a burrada, quem é que deve ocupar o lugar vago do Gil Vicente? Segundo me consta, se os clubes portugueses tivessem sido retirados da Champions, como a FIFA ameaçou, os clubes que preencheriam as vagas seriam aqueles que estavam com melhor ranking da fase de apuramento, neste caso Chievo, Osasuna e Ajax (que entretanto foram avisados dessa mesma intencionalidade pela FIFA). Nunca na vida seria um dos clubes eliminados da competição (como por exemplo o Áustria de Viena que foi eliminado pelo Benfica). Segundo a mesma lógica, o clube que deveria ocupar a vaga seria o clube que tinha melhor ranking da fase de apuramento para a 1ª Liga, ou seja, o 3º melhor classificado da época anterior da 2ª Liga, isto é, o Leixões!
Com esta exposição de ideias, eu não pretendo tomar partido de um clube em relação a outro mas queria expor a minha opinião...
Na minha opinião, a Liga tinha algumas responsabilidades para assumir no caso "Mateus"; o Belenenses nunca devia ter sido rebuscado; o Leixões, que até foi o clube mais discreto, (uma vez mais: na minha opinião) seria o legítimo e principal beneficiário desta algazarra toda!; o Gil Vicente tem o direito de recorrer da decisão que o empurra para a 2ª Liga... ou não???
Mais uma coisa: Para que serve a Liga Portuguesa de Futebol? Porque é que o único órgão de gestão do futebol não é a própria FPF?... Deixo no ar!...
Os palhaços andam por aí a palhaçar, outra vez, e a fazer-nos rir, ou chorar (ou vomitar?!)...

Comunicado da FPF:
Posição do Leixões:
Outras opiniões:
Cheers

El Problema

Dime si soy para ti ese problema
dime si hoy por hoy vale la pena
dime si vas a empezar otra vez
mejor dejarlo como ayer
mejor dejarlo como ayer

Dime si soy para ti ese problema
dime si hoy por hoy vale la pena
dime si vas a empezar otra vez
mejor dejarlo como ayer
mejor dejarlo como ayer

Soy como una sombra detras de tu almohada
soy como una sombra que ha perdido el alma
soy como una sombra detras de tu almohada
soy como una sombraque ha perdido el alma

Dime si soy para ti ese problema
dime si hoy por hoy vale la pena
dime si vas a empezar otra vez
mejor dejarlo como ayer
mejor dejarlo como ayer

...dime si vas a empezar otra vez
mejor dejarlo como ayer
mejor dejarlo como ayer

Ay de ti si llevo la razón
Ay de ti si llevo la razón
Ay de ti si llevo la razón
Ay de ti si llevo la razón

Ketama

03 setembro, 2006

ANIVERSÁRIO


O Último Padrinho está de parabéns pela conclusão do seu primeiro ano 'de vida'...
Parece que ainda ontem fiz o primeiro post e já lá vai um ano!
Aproveito a ocasião para agradecer aos 'internautas' que colaboraram através de comentários, e-mails, ou que conversaram directamente comigo e que tanto contribuiram para novas ideias e consequentes posts...

Bem Hajam e Sejam Felizes!

Cheers

29 agosto, 2006

O Sanfoneiro Português (Parte 2)

(...Continuação)

Certo dia, nas minhas viagens pelo nordeste brasileiro tive o previlégio de conhecer o forrozeiro Nininho Primavera que contribuia para os serviços de turismo da sua localidade Pernambucana. Depois de toda a visita turística àquela região houve almoço, mergulho na cachoeira e Nininho Primavera tocou alguns dos seus êxitos no violão... Eu peguei no violão e preparei-me para tocar para ele uma MTP como ele me pediu. Depois de pensar um pouco decidi tocar o que de mais tradicional há em Portugal, Quim Barreiros... E que melhor podia fazer senão servir um "Bacalhau à Portuguesa"?! Quando terminei de cantar e tocar a música ele virou-se para mim e disse: "- Essa música tem um som que é daqui!" Fiquei calado e não respondi nem com um pio a essa provocação!, pensei para mim "- É tudo vosso, agora!" No entanto, fiquei fascinado com os sons do forró que ele me passou e comprei um álbum dele (autografado) :) Também adquiri mais uns cds de 'forró sacana' ou 'de duplo sentido' na minha passagem pelo Estado de Alagoas. Mais tarde, e já em Portugal, ouvi o último sucesso do QB "A Cabritinha"... Achei muita piada, mas parecia-me que já tinha ouvido aquilo em algum lugar! Como podia ser isso se o êxito tinha acabado de sair? Pois é!, tinha ouvido num dos CDs que tinha comprado em Alagoas...

Com esta exposição de factos não pretendo parecer que estou a desmascarar o QB, que muito admiro e que muito tem contribuido para a MTP, no entanto gostava de ilucidar para o facto de a maior parte dos seus êxitos terem origem no forró brasileiro de duplo sentido. Como também se pode perceber por esta peça, QB é só mais um a cantar "A Cabritinha" ou "A Garagem da Vizinha" uma vez que há vários grupos de forró a cantá-las!
Depois de me sentir enganado pelo QB tive um sentimento diferente, posteriormente passei a olhar para ele como um (até agora único) grande forrozeiro português. E assim renasce uma estrela!

Referências/links:

http://vagalume.uol.com.br/amazan/a-cabritinha.html
Cheers

O Sanfoneiro Português (Parte 1)

Sanfoneiro é o termo usado no Brasil para designar aquela pessoa que, em Portugal, é vulgarmente chamado de acordeonista. Este músico é muito comum no Forró que é um conjunto de estilos musicais relacionados e formam um tipo de música/dança tipicamente brasileira, que tem raízes na música tradicional europeia mas principal e particularmente na portuguesa. Este nome terá origem na redução da palavra 'forrobodó', ou será um anglicismo de 'for all'... independentemente da origem as parecenças do ambiente forrozeiro com a MTP (Música Tradicional Portuguesa) desde o Malhão do Norte ao corridinho do Algarve e ao Bailinho da Madeira.
Um dos mais conhecidos sanfoneiros portugueses (se não o mais conhecido) é o Quim Barreiros. Este grande artista (filho de pai brasileiro e mãe portuguesa), do qual sou fã desde pequeno, é um dos principais embaixadores da MTP, cantando (com seu sotaque nortenho) para o mundo (não só mas também) êxitos do famoso "forró brasileiro de duplo sentido" quase sem se perceber a fusão de tão ténue que é a fronteira musical entre o forró e o seu congénere português.
Nas festas de estudantes (Latadas e Queimas das Fitas), nos 'bailes das terriolas' e no estrangeiro (para os emigrantes), Quim Barreiros anima a malta como ninguém, faz reviver e imortaliza a MTP.
Numa entrevista ao mangualdeonline:
«
MO -(...) Temos hoje aqui milhares de pessoas, onde é que(...) vai buscar a inspiração para as suas canções?
QB - Só... ao bacalhau!!!»
Também se pôde assistir numa entrevista da TVI, salvo o erro no dia 17-08-2006, sobre este artista em que ele dizia, entre outras coisas, que era músico, cantor, compositor, condutor, etc. do Quim Barreiros, portanto um polivalente!
Bem, na realidade, grande parte dos seus êxitos é música trazida do forró, que já existia muito antes de ser um sucesso pela voz e acordeão do QB.
«O acordeão, aliás, marca uma certa fronteira entre os artistas, estando os que o usam (Quim Barreiros, Emanuel...) mais próximos dos ritmos, melodias e temas tradicionais portugueses. Não deixa de ser curioso que o musicólogo português José Alberto Sardinha tenha dito numa entrevista recente ao jornal Expresso: «Há um fenómeno que merecia um grande estudo que é o caso do Quim Barreiros: um cantor tradicional que herdou toda a tradição da música minhota e que cria de acordo com os parâmetros que lhe foram fornecidos pela tradição. Só que ainda ninguém reparou nisso... Ele tem criações onde, por exemplo, se identifica perfeitamente a estrutura musical do malhão do Norte que ele recriou. Com letras, em parte, fornecidas pela tradição. Aquela do "bacalhau", se se for ao Leite de Vasconcelos, está lá, é uma quadra popular do fim do século XIX!».» (do que parece ser de um texto do jornal Blitz)*
A verdade é que há um punhado de êxitos do Quim Barreiros que eu não consegui (ou ainda não consegui) encontrar no forró brasileiro... E isso pode significar que algumas das músicas são de sua própria criação/autoria/composição... Não vou dizer (dizendo) que ele plagia as músicas nem que ele não pagou os direitos de autor e por isso não tem direito de as usar, mas o sucesso dele deve-se a alguns compositores (quase de certeza) brasileiros, pois os êxitos do QB já eram cantados por forrozeiros e grupos de 'forró de duplo sentido' como por exemplo:

  • Amazan, Ferro na Boneca cantam "A Cabritinha";
  • Frank Aguiar, Gino & Geno, Rio Negro & Solimões, etc. cantam "A Garagem da Vizinha";
  • Genival Lacerda canta "O Gato Tico", "Eu Comi a Sobra", "Dor de Dentes";
  • Zenilton canta "Bacalhau à Portuguesa", "Vendor de Fruta", "Rio das Pedras", "Meu Casamento", "Deixei de Fumar", O Grilo Dela";
  • Sandro Becker canta "Já Fui de Todas", "A Picada da Cobra".

(Continua...)

Referências/links:

* in http://raizeseantenas.blogspot.com/2006/07/msica-pimba-e-suas-ligaes-msica.html
http://www.mangualdeonline.com/seccao.php?id=4467&o=ler&sec=18

Cheers

27 junho, 2006

Palhaçadas no Mundial...

Eu não queria! Sério que não! Mas tem de ser... mais uma vez vou falar de futebol! Ele há cada cromo! Estes mundiais têm piada pelas palhaçadas que as pessoas fazem/dizem!
Só sobre o jogo Portugal vs Holanda destaco três:
-"Penso que os portugueses perderam tanto tempo, por isso não demos a bola. A falta de 'fair-play' foi do lado de Portugal." (Marco van Basten, treinador da selecção holandesa) - Apesar da dor de cotovelo assumiu implicitamente a falta de 'fair play' da sua equipa!
-“Portugal não tem uma equipa que assuste. Basta jogar taco a taco com eles!” (Mark van Bommel, jogador da selecção holandesa) - Bolas! Como é que ele sabia o nosso segredo? Ainda bem que não espalhou entre os seus companheiros! Será que a cabeçada do Figo o inspirou?!
-"Se acontecer o milagre de Portugal vencer a Holanda eu mudo o meu nome para Luís de Camões" (Milton Neves, apresentador da Rede Record) - Bem, Sr. Luís de Camões Neves, pelos vistos a 'seleção' fraquinha, que "precisava de jogar a 400%" contra a Holanda e que conseguiu passar "os 'times' fraquíssimos da Angola e 'Iran'", de que fala conseguiu o milagre! Milagre também é o facto de o Sr. ter um programa de televisão a passar em Portugal com esse tipo de atitude! Um duplo cartão amarelo de mim para si! Ah! e já agora... Independentemente de ser favorito ou não vou apoiar o Brasil até ao fim. Não vão ser 'entertainers' como você que me vão fazer diminuir o apoio aos meus irmãos lusófonos! Força Brasil!
Minha gente: aproveitem porque os palhaços andam aí a 'palhaçar' e a fazer-nos rir ou vomitar - ainda não sei bem!...
Sejam felizes!

14 junho, 2006

Pertença

"
Paul: "Holly, I'm in love with you."
Holly: "So what?"
Paul: "So what? So plenty! I love you, you belong to me!"
Holly: "No. People don't belong to people."
Paul: "Of course they do."
Holly: "I'll never let anyone put me in a cage!"
Paul: "I don't want to put you in a cage, I wanna love you."
Holly: "Same thing!"
Paul: "No it's not, Holly."
Holly: "I'm not Holly! I'm not Lula Mae either. I don't know who I am. I'm like Cat here. We're a couple of no-name slobs. We belong to nobody, and nobody belongs to us. We don't even belong to each other." (De Breakfast at Tiffany's)"

O uso de pronomes possessivos quando se fala de pessoas não-familiares parece ser demasiado transitório para ser utilizado sem a devida atenção! Mas é claro que não se pode ser tão minucioso no uso da linguagem para que se possa exprimir-se sem constantes exercícios mentais...
As pessoas podem ter amigos, namorados, sócios, colegas, chefes, etc., que sofrem evoluções hierárquicas, ou que simplesmente se extinguem em termos relacionais. Um colega pode passar a ser chefe; um namorado pode evoluir para marido ou para amigo, ou muito simplesmente deixar de ser! E ainda a forma como nós pensamos que a outra pessoa se relaciona connosco pode não ser a mesma forma como ela pensa que se relaciona. Então, quando eu digo "o meu amigo disse-me...", na realidade, "alguém me disse"... de facto, ele relaciona-se comigo pela circunstância de me ter dito algo, mas fica mais "fácil" dizer "o meu amigo disse-me" do que "alguém com quem me encontro ocasionalmente disse-me" ou "alguém que outrora considerava meu amigo e agora não considero mais disse-me"! Então, simplificamos (é mais fácil!). Da mesma forma quando se diz "vou ter com o meu namorado!" é mais "fácil!" mas na verdade, e porque isso existe!, pode não ser namorado dela, ou só dela, ou não ser de todo!

"Conta-me histórias
A que eu gostaria de voltar
Tenho saudades de momentos
Que nunca mais vou encontrar
A vida talvez sejam só 3 dias
Eu quero andar sempre devagar
Até a ti chegar

Ninguém é de ninguém
Mesmo quando se ama alguém
Ninguém é de ninguém
Quando a vida nos contém
Ninguém é de ninguém
Quando dorme a meu lado
Ninguém é de ninguém
Quando fico acordado vendo-te dormir

Um raio de sol através de um vidro
Faz-me por vezes hesitar
Na vontade de estar contigo
Pelo dia paira no ar.
Paira no ar

Ninguém é de ninguém
Mesmo quando se ama alguém
Ninguém é de ninguém
Quando a vida nos contém
Ninguém é de ninguém
Quando dorme a meu lado
Ninguém é de ninguém
Quando fico acordado vendo-te dormir

(João Pedro Pais)"

A pertença passa por um sentimento de posse e domínio que é reconhecido por outras pessoas. É disso que se trata - domínio! ou o sentimento de domínio... - "As pessoas não pertencem a pessoas"!
Já divaguei um pouco em futilidades opinativas e, assim, vos deixo em reflexão...

Sejam Felizes!

19 abril, 2006

O 'último' episódio...

É engraçado para algumas pessoas, que já passaram por alguns episódios da vida, ver a forma como uma nova moda emerge nos adolescentes e como ela influencia a vida destes e não só. Para quem, como eu, nasceu numa cidade repleta de modas e diversidade cultural e se cruzou e interagiu com estilos radicais - nomeadamente os freaks, punks, rock-a-billys, metaleiros, hippies e betos - durante a sua adolescência, é estranho ver uma nova moda tomar conta de todo um país e, de certa forma, influenciar unanimemente os estilos divergentes. Considero curioso, e de certa forma bizarro, o modo como os espectadores das diversas séries televisivas, por vezes, se envolvem com a ficção televisiva e perdem a noção da realidade (e do bom senso) proporcionando episódios reais bizarros, perversos e de certos pontos de vista até lamentáveis... Lembro-me de assistir a uma entrevista a uma actriz brasileira em que, quando questionada sobre a sua relação com a audiência da telenovela em que participava, relatou que a injuriaram e tentaram agredir na rua por acharem uma maldade o que a sua personagem fizera a uma outra na telenovela... De uma forma algo análoga encaro o funeral do (lamentavelmente recém-falecido jovem) actor Francisco Adam que se tornou num 'último' episódio (ao vivo) de Dino dos Morangos com Açúcar, ao qual presenciou uma multidão de fãs dolentes e condolentes, e outros indolentes que foram assistir ao 'episódio ao vivo' para tirar mais umas dicas e se sentirem na 'moda'...* Apesar dessas peripécias, é impressionante mas também aflitiva a consciência do poder que estas séries televisivas têm sobre toda uma geração (e arredores). Criam histórias, problemas, intrigas acessórias às vidas já atribuladas dos espectadores que se auto-flagelam com injecções de estímulos sensitivos. O público é bombardeado com estímulos poderosos muitas vezes premeditados por especialistas. A resposta a esses estímulos é, a maior parte das vezes impensada, inconsciente, sentimental e operada por gente simples não especializada sensível a esses estímulos... Irresponsáveis? Quem?! Deixo-vos em reflexão...
*Com muito respeito pelo falecido actor e pelos seus admiradores tomei a liberdade de opinar sobre o tema.
link: http://dn.sapo.pt/2006/04/19/media/curiosidade_ultrapassa_emotividade_e.html
Sejam felizes
Cheers

13 março, 2006

Adversidade

Ele há coisas que não lembram ao demónio! Não me posso queixar de ter uma vida sem episódios... é bom ter alguma acção mas, por vezes, já merecia algum descanso. Mas "o que não nos mata deixa-nos mais fortes!" ainda que por vezes possa demorar a convalescer... Nunca vos aconteceu?! Hoje foi para mim um dia daqueles imprevisíveis e cheios de conteúdo parasita... aquelas situações que parece que acontecem só para nos atrasar a vida... são completamente desprovidas de intencionalidade (pelo menos que eu saiba) e transformam-se num quebra cabeças... Pelo menos, ao fim da jornada, olhamos para trás e dizemos: "mais uma aventura!", mais uma adversidade à procura de uma saída! Há que saber viver nela... Ai, a adversidade! O motor das conquistas... lá me vou habituando! Chego a casa, partilho a experiência com a família e ouço (meio em tom de brincadeira mas, se calhar nem tanto): "Tens de te ir benzer!" E, pelo sim pelo não já comecei a prepara-me!!
Sejam Felizes (também na adversidade!!!)...
Cheers

27 fevereiro, 2006

Águias e Dragões...

Queria escusar-me a falar de futebol neste espaço pessoal mas, ao mesmo tempo, senti um desejo de partilhar a minha primeira presença num "clássico do futebol" português... refiro-me ao S.L.Benfica - F.C.Porto. Foi também a primeira vez que entrei no (ainda) Estádio da Luz. É incrível como se perde um dia inteiro da vida para se ir viver menos de duas horas de espectáculo de futebol! Tudo começou às 9h00 de Domingo em que me levantei para ir encontrar-me com o resto do grupo. Deveríamos ter saído de autocarro às 10h15 mas isso só aconteceu já passava das 11h30. Chegados a Lisboa fomos almoçar ao centro comercial Colombo. Aproveitei para ir de metro até ao Alvaláxia no Estádio Alvalade XXI, que estava frequentado (inesperadamente?!) por muitos adeptos do F.C.P., e conhecer um espaço agradável de se estar mas ao mesmo tempo mais pequeno do que eu imaginara!! De volta ao Colombo fui dar uma volta na montanha russa e preparar-me para as emoções do futebol! Entrar no estádio, apanhar frio, alguma chuva, esperar duas horas, assistir a alguns entretenimentos dispensáveis e depois, o que tanto esperei (o jogo). Independentemente do resultado foi um bom espectáculo mas não há repetição dos lances e havia sempre aquele adepto com a cabeça do Roberto Leal que se levantava em alguns lances e obrigava toda a gente atrás dele a levantar-se! De resto passou-se o que caracteriza um bom espectáculo de futebol: as claques a incentivar as suas equipes chamando nomes à claque e equipe adversárias, os morteiros a rebentar nas bancadas e várias pessoas a sair do estádio de maca, os verylights, a polícia de choque a investir sobre alguns adeptos, etc., etc. Bem... o costume! Findo o jogo volto para o autocarro... Os vendedores tentam vender o que restou (agora mais barato). Uns riem outros não, as pessoas voltam para suas casas... eu também! Chegada prevista a casa: 1h30. Valeu o espectáculo...

Cheers

13 fevereiro, 2006

Orquídeas Garden

Ninguém é obrigado a partilhar sentimentos... pensamentos, emoções... chamar a atenção para a vida, para o que é importante ou não... nem tem de nos orientar, ou tentar mostrar-nos outras perspectivas da vida... Mas há quem fale de si e dos seus sentimentos... e das suas perspectivas da vida... Então aproveite quem quiser... Recomendo (entre outros mas agora este):
Cheers

Desculpas e mais desculpas...

As desculpas não se pedem... evitam-se! Quantas vezes ouvimos, confrontámos, ou fomos confrontados com, tal chavão? Vamos tentar analisar esta 'frase feita' e reparar no paradoxo que dela surge: ora, se alguém pede desculpa significa que quer que a outra pessoa lhe tire a culpa de algo que assume... no entanto, quando se assume uma culpa, pretende-se que o erro cometido seja minimizado, tentando, de alguma forma, mostrar que apesar de se ter errado, se reconhece esse erro e se quer que a outra pessoa volte a confiar em si apesar do sucedido. Depreende-se que a pessoa que errou não o terá feito de propósito, caso contrário não seria um erro mas algo intencional! Assim, uma acção involuntária não pode ser evitada porque "Errar é Humano!"... mais um chavão???
Cheers