26 outubro, 2005

Feitiço

Eu gostava de olhar para ti e dizer-te que és uma luz
que me acende a noite, me guia de dia e seduz...
Eu gostava de ser como tu, não ter asas e poder voar,
ter o céu como fundo, ir ao fim do mundo e voltar...
Eu não sei o que me aconteceu...
Foi feitiço! O que é que me deu para gostar tanto assim de alguém como tu?...
Eu gostava que olhasses para mim e sentisses que sou o teu mar,
mergulhasses sem medo, um olhar em segredo, só para eu te abraçar...
Eu não sei o que me aconteceu...
Foi feitiço! O que é que me deu para gostar tanto assim de alguém como tu?...
O primeiro impulso é sempre mais justo, é mais verdadeiro...
E o primeiro susto dá voltas e voltas na volta redonda de um beijo profundo...
Eu... Eu não sei o que me aconteceu...
Foi feitiço! O que é que me deu para gostar tanto assim de alguém como tu?...

André Sardet

11 outubro, 2005

Oposto e complementar...

Quantas vezes não somos confrontados com mal-entendidos?... e quantas vezes somos tão mal-entendidos que nem sequer temos oportunidade de nos justificar?... Efectivamente, por vezes há equívocos provocados por conflitos entre aquilo que se diz (ou se quer dizer) e aquilo que se ouve (ou se pensa que foi dito)... Em jeito de alerta pretendo deixar aqui exposta uma reflexão acerca de uma situação algo comum, nomeadamente o facto de algo que se diz como complementar de outra coisa (e normalmente se diz 'o contrário') na verdade é entendido como oposto. Por exemplo, quando se diz "não gosto de ti!" a outra pessoa entende "odeio-te!" quando, na realidade, isso não está a ser dito. Numa analogia geométrica, se tivermos um segmento de recta no qual se encontra, numa extremidade o 'odiar' e na outra o 'gostar', que são sentimentos de certa forma opostos, verificamos que nos pontos intermédios conseguimos ter uma data de sentimentos também eles intermédios. Se puséssemos ordenadamente numa linha recta um conjunto de alimentos por ordem de preferência iamos ter numa extremidade uns que odiamos e na outra uns que gostamos... no meio ficariam uns que "não gostamos nem deixamos de gostar". Acho que cheguei ao ponto onde queria... Não devemos levar tão a peito (ou se acharmos necessário pedir para ser mais específico) quando alguém nos diz "eu não gosto de ti!" porque isso pode só querer dizer que não estamos na extremidade?! Porque de facto o complementar de 'branco' não é 'preto', ou seja uma coisa que não é branca, pode ser preta, mas também pode ser azul, ou vermelha, ou amarela, etc., etc. (Mas também pode ser preta!)...
Sejam felizes!
Cheers

07 outubro, 2005

Alteridade e sobrevivência...

A vida faz as pessoas... a educação é parte da vida... ajuda, mas não é tudo... cada pessoa nasce já com uma tendência comportamental que a faz mover instintivamente e que a impulsiona a agir de determinada forma... o que não significa que o faça! De facto, cada pessoa é uma forma diferente de uma mesma predisposição específica agir. É interessante compreender como dois ou mais seres predispostos a agir homologamente podem agir de forma tão analogamente distinta... É interessante compreender os outros para nos podermos compreender a nós mesmos. É também um esforço recompensante! Somos todos parte de um todo e podemos aprender uns com os outros... para nos aproximarmos mais do todo?! ...deixo-vos em reflexão...
Sejam felizes!

Cheers